Uma semana hj que cheguei ao Rio, confesso que as coisas não estão sendo fáceis, mas digo e repito que não vou desistir. Não posso.
Acho que essa angústia no meu peito vai passar quando eu começar a trabalhar, o que já está perto de acontecer, pelo menos foi isso que o gerente me prometeu na nossa conversa.
O que vocês precisam saber é que estou sendo muito forte, não estou me reconhecendo, em outra época eu já teria surtado com tudo isso, arrumado minhas malas, e voltado pra casa pra chorar no colo da minha mãe. Não posso nem lembrar dela que já me emociono, e eu como um bom chorão, não posso ver nada que me faça lembra-la, que já fico com os olhos cheios d'água.
Acima eu postei um desenho que fiz em um dos momentos mais difíceis, depois de um bom tempo sem desenhar nada, eu tentei expressar meu sentimento. Há quem cante, há quem toque, há quem escreva...eu tenho que retomar a minha prática, afinal de contas, esse é o grande motivo pra todo esse meu esforço, meu aperfeiçoamento em desenho. Eu vejo além dessa folha de caderno, e dessas linhas mal acabadas, aí eu vejo que meu talento não foi embora, incrível como são as coisas, fazia tempos que não conseguia definir uma linha de desenho, e no momento mais exaustivo até agora, eu conseguí definir um rosto. Melhor, conseguí definir um olhar, existe um olhar alí.
Pode ser que alguém comente que eu ando sendo muito melancólico ultimamente. O que tenho a dizer, é que eu retrato as coisas que vão acontecendo, e não vou ter medo de soar que algo está triste, é lógico, sem lamentações, pois ao mesmo tempo que há desordem emocional, há luta e perseverança, de que o sorriso que eu dou todos os dias, vai iluminar todos os lugares onde eu passar, e tudo vai valer a pena!